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Febre amarela: 10 questões que toda grávida e mãe de recém-nascido deve saber

Desde que o programa nacional de imunizações expandiu a vacinação contra a febre amarela no Brasil, fracionando as doses da vacina, as filas não param de crescer em frente aos postos de vacinação, e as clínicas estão com a vacina esgotada. “Porém, em grandes centros urbanos, como São Paulo, o vírus não está circulante, e portanto, não há motivos para sair correndo em desespero para os postos de vacinação.

Veja primeiro se a sua área é considerada de risco ou não, ou se você costuma ir aos finais de semana para chácaras e regiões do interior, que são mais propensas à doença”, diz a infectologista Rosana Ritchmann, do Hospital e Maternidade Santa Joana, em São Paulo (SP).

E quando se trata de gravidez e amamentação, todo cuidado é pouco. Por isso, levantamos com a especialista as principais questões sobre o assunto. Os esclarecimentos você vê abaixo. Acompanhe:

1. Bebês com menos de seis meses não devem ser vacinados

Isso porque a vacina conta com o vírus vivo atenuado, o que pode causar uma reação mais grave em bebês. Neste caso, o Ministério da Saúde considera que o risco pode ser maior que o benefício. Agora, se o bebê tem entre seis e nove meses e estiver numa área de risco, com morte de macacos ou de humanos, essas crianças desta região devem ser vacinadas. Mas vale ressaltar que a vacinação de rotina começa aos 9 meses de idade.

2. Lactantes com bebês menores de seis meses e que desejam tomar a vacina devem ficar sem dar o peito por 10 dias após a imunização

Se você faz questão de tomar a vacina, mesmo estando com um recém-nascido em casa, se prepare para passar 10 dias sem amamentá-lo. Neste caso, a recomendação é fazer a extração de leite até cinco dias antes de tomar a vacina e congelar. Esse prazo deve ser respeitado, já que o leite materno congelado tem validade máxima de 15 dias. Passado o período, volte a amamentar normalmente.

Extrair o leite e dispensá-lo neste período dos 10 dias em que não for amamentar o bebê evita que seu peito empedre. Agora, se você não está numa área de risco, a recomendação da médica e esperar passar os seis primeiros meses de amamentação para tomar a vacina com tranquilidade. A especialista lembra que a contraindicação para lactantes que estão nos primeiros seis meses de aleitamento passou a ser válida em 2010 quando houve relatos, inclusive no Brasil, de lactantes que 8 dias após terem tomado a vacina tiveram seus bebês infectados com o vírus da vacina.

3. Crianças menores de dois anos e gestantes que moram em áreas de risco devem tomar a dose padrão da vacina

Regra geral, as gestantes não devem se vacinar. Porém, as que moram em áreas consideradas de risco devem fazer a imunização com a dose padrão. A recomendação da dose padrão também vale para as crianças entre seis meses e dois anos, já que para estes dois grupos não há testes feitos com a versão fracionada da vacina. Isso não significa, porém, que a fracionada seja menos eficiente.

Apenas não há dados e comprovações científicas em que os médicos possam tomar como base para as doses fracionadas, afinal, trata-se de uma medida que foi adotada há menos de um mês e, portanto, não dá tempo de fazer testes para saber exatamente a comprovação nestes grupos de pessoas. O mais seguro então é aplicar a dose padrão (ou seja, com 0,5 ml de volume líquido da vacina, e não com 0,1 ml, como é o caso da fracionada), que já é velha conhecida da medicina e possui diversos testes e dados.

4. Lactantes com bebês acima de seis meses podem (e devem) tomar a vacina

Inclusive, neste caso, não há qualquer contraindicação para a dose fracionada, pois o fato de amamentar, para efeito de imunização, não difere uma mulher da outra. E, ao contrário das lactantes com bebês menores de seis meses, não é necessário parar a amamentação, até porque nesta fase o próprio bebê já está apto para receber a vacina.

5. Se a mãe pegar a doença e estiver amamentando ela precisa parar de amamentar imediatamente

Mesmo sem saber desta recomendação, é bem difícil que a mãe que foi infectada pelo vírus consiga prosseguir com a amamentação, afinal, a febre amarela causa febre, dor no corpo, náuseas e muita indisposição. De qualquer forma, é importante alertar que há um risco de transmissão do vírus pelo aleitamento na fase da viremia, ou seja, que acontece 48 horas antes dos sintomas até, mais ou menos, 5 dias depois dos sintomas. Assim, de forma alguma deve-se manter o aleitamento em lactantes que tenham se infectado com o vírus.

6. Até o momento a vacina está sendo considerada de dose única

Portanto, crianças que tinham a segunda dose agendada para tomar após 5 anos não precisarão vacinar-se novamente. A infectologista ressalta que é importante ter a documentação que comprove a imunização anterior. Na dúvida, vale sempre vacinar.

7. A rede privada oferece apenas vacinas de dose padrão

A explicação é que só existem dois laboratórios no mundo que produzem a vacina. E a adquirida pela rede privada não foi testada em doses fracionadas, apenas na dose padrão. O que não significa que uma é menos ou mais eficaz do que a outra. Agora, se a clínica particular oferecer a dose fracionada, vale desconfiar e se informar a respeito.

8. Crianças que usam corticoide inalatório não têm contraindicação à vacina

Nestes casos as doses ministradas de corticoide são consideradas baixas para contraindicar a imunização com a vacina. Os medicamentos com corticoides orais, no entanto, possuem doses maiores, então recomenda-se conversar com o pediatra para ver a relação risco-benefício.

9. Os efeitos colaterais graves acometem apenas 1 caso a cada 500 mil doses aplicadas. Grávidas não estão no grupo de maior risco.

Os especialistas dividem as reações à vacina de duas formas: as esperadas e as graves. No primeiro caso, cerca de 15% da população é acometida, tendo náuseas, vômito, febre, dor no corpo e dor de cabeça entre o quarto e sétimo dia após tomarem a vacina. A reação, em geral, dura 24 horas e passa. Nesse meio tempo vale tomar o medicamento de costume, já indicado pelo médico em outras situações em que tenha tido os sintomas listados acima. Já no segundo caso, que acomete 1 pessoa a cada 500 mil doses aplicadas, a reação é mais grave, com possibilidade de doença viscerotrópica, que pode causar derrame pleural e abdominal, e falência de múltiplos órgãos. Um dos grupos de maior risco para isto, no entanto, são os maiores de 60 anos.

10. O mosquito que transmite a febre amarela não é o mesmo na região silvestre e urbana

A médica esclarece que o mosquito transmissor da febre amarela silvestre, que está atuante e levando a casos da doença e até mortes, é o Haemagogus. Já o vetor da febre amarela urbana é o Aedes Aegypt. Para esta última, felizmente, não há casos desde 1942. Os esforços do Ministério da Saúde, inclusive, são para que o vírus não entre na área urbana, tendo o Aedes Aegypt como vetor. Se isso chegasse a acontecer, a febre amarela se tornaria uma epidemia, assim como aconteceu com a dengue, por exemplo.

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