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Álcool na amamentação: pode?

As sociedades médicas não proíbem o consumo de bebidas alcóolicas, mas elas só podem ser consumidas eventualmente e com alguns cuidados

Os cuidados com tudo o que a gestante come e bebe devem ser bem rigorosos, por motivos já bastante conhecidos: boa parte do que for ingerido, seja bom ou ruim, passa para o bebê por meio do cordão umbilical e, sendo assim, interfere diretamente em seu desenvolvimento.

É por isso que substâncias como álcool, drogas e certos medicamentos são proibidos ao longo da gestação.

Tal recomendação continua igual durante todo o período que durar o aleitamento, visto que os mesmos podem chegar até o bebê por meio do leite materno.

Isso quer dizer que a mulher que amamenta não pode tomar nenhuma bebida alcoólica nesse intervalo? A resposta é depende.

De acordo com a pediatra Rossiclei de Souza Pinheiro, do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o consumo de bebidas alcoólicas é considerado compatível com a amamentação tanto pela Academia Americana de Pediatria quanto pela SBP. Mas não é exatamente recomendado.

Isso significa que a mãe pode, sim, tomar um drinque eventualmente, desde que com alguns cuidados (veja quadro). “O nível de álcool que chega até o leite está diretamente relacionado à quantidade ingerida”, alerta a pediatra. Ou seja, quanto menor o volume, menos tempo ele vai levar para ser metabolizado e eliminado pelo organismo. Porém, Rossiclei lembra que há outros riscos.

Uma pesquisa realizada com 12 mães lactantes no Reino Unido nos anos 90 mostrou que o consumo de 0.3/kg de álcool misturado ao suco de laranja (o equivalente a uma lata de cerveja por uma mulher de tamanho médio) reduziu em 23% a produção de leite materno. O estudo foi publicado no periódico New England Journal of Medicine e ainda hoje é referência no assunto. “Acontece que o álcool inibe o hormônio prolactina, que é responsável pela produção do leite. Além disso, outros estudos mostram que ele também pode alterar o cheiro e o sabor do leite e, por causa disso, ser recusado pela criança”, explica a pediatra.

Agora que você está ciente dos riscos, caso decida beber durante a amamentação, deve fazê-lo com moderação e esporadicamente. Para a especialista, mais perigoso do que os efeitos indiretos do consumo de álcool sobre a amamentação são as consequências diretas sobre o organismo da mãe. “Uma pessoa alcoolizada perde os reflexos e a atenção, o que é muito arriscado se ela estiver cuidando de uma criança”, conclui.

O QUE CONSIDERAR

  • A idade do bebê: caso a mãe queira tomar um drinque durante o período do aleitamento, o ideal é aguardar a criança completar pelo menos seis meses;

  • A quantidade de álcool: quanto maior o volume de álcool consumido, mais tempo o organismo irá levar para metabolizá-lo. Isso também varia conforme o peso de quem estiver bebendo, já que o organismo de uma pessoa mais pesada vai levar menos tempo para realizá-lo do que o de uma pessoa mais leve;

  • O horário da próxima mamada: uma pessoa de tamanho médio (60 kg) leva de duas a três horas para metabolizar uma porção de álcool (um copo de cerveja ou uma taça de vinho, por exemplo). Sendo assim, a recomendação é de que a mãe aguarde, no mínimo, duas horas para oferecer o peito novamente. Já no caso de bebidas destiladas pode levar mais tempo, até 13 horas! Mas não é necessário descartar o leite, caso o consumo de álcool tenha sido baixo;

  • Ingestão de comida: se o álcool é consumido junto com comida, a absorção do mesmo na corrente sanguínea (e, por consequência, no leite) é mais baixa do que quando ingerido sozinho.

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